Lembrar os que caíram... Memória dos nossos mortos em combate
(da Companhia 3361), em Santa Margarida (Abrantes) - RC4
Capa e primeiras páginas do "nosso" Jornal 'Os Cavaleiros'
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Esta "estória"
acabou? Está nas vossas mãos (e nos vossos álbuns)! Já somos cinco os
"fazedores" desta "estória", mas, estará sempre incompleta
sem as vossas memórias...
Este não foi um tempo fácil, principalmente no
início. Viver isolado (não havia ninguém por perto, nem brancos, nem pretos),
sujeito a temperaturas com diferenciais enormes entre o dia e a noite, em
tendas de lona oito longos meses, não estando propriamente a passar férias, mas
com missões de alguma perigosidade. Felizmente, a minha Companhia não teve
mortos, mas registaram-se vários mortos, por acidente e em combate, nas nossas
Companhias Operacionais.
Mas este tempo foi muito mais que isolamento ou
perigosidade; calor ou frio; precárias e frágeis, ou razoáveis e até com algum
conforto, condições de vida. Foi muito mais que isso.
Essencialmente foi um tempo único de amizade,
solidariedade e companheirismo: em todos os momentos estávamos nas mãos uns dos
outros, dependentes de todos e de cada um, do mais graduado ao mais simples
companheiro, melhor dito, irmão.
Foi um tempo que me construiu como pessoa. De um
"menino" que praticamente nunca tinha saído de casa, cresci, me fiz
irmão e companheiro. Foi uma experiência solidária que me fez muito do que sou
hoje.
A todos que partilharam mais de perto comigo as
suas vidas, quero dizer-vos obrigado. Este "trabalho" que
ajudo a disponibilizar, atesta e recorda a saudade de todos vós, meus inesquecíveis irmãos
de um tempo duro, mas muitíssimo bom.
Até sempre, AMIGOS,
José Pinto
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